domingo, 29 de novembro de 2009

foto

De uma porta de banheiro, biblioteca de bellas artes, barcelona.

Soltando a veia fotógrafa

Para ler com voz de gravador, pausada e limpa

Sit comfortably on your armchair
Breath
Dominate yourself and all your distractive impulses
Breath again
And write and finish your fucking thesis.



Facinho de falar, né.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

poesia

Lá atrás daquele morro tem um pé de sabonete
Quem a paca cara compra, paca cara pagará






F I M

aiaiaiai

Aí fica aquela pelota de ansiedade subindo e descendo entre estomago e garganta. Movimentos peristálticos inflados. Ingredientes:

- Uma tese que nao acaba nunca
- Um casamento à volta da esquina e vc é quem casa, ainda que é só o trâmite e tudo que voce trabalhou sobre isso faz tempo.
- Um trabalho novo, mesmo que voluntário. Responsa é responsa
- Umas 3 doses de café bom, quando vc deu uma maneirada no café há meses

Fica aí. A pelota sobe, desce, faz pirueta... E solta um monte de pipoca na barriga...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Intermission

Sou peter parker. Trabalho de dia e sou spiderman de noite. Por que tem que trabalhar no dia seguinte, com todos os hematomas mancando, do resultado da vida dupla.

Semana que vem, voltamos à nossa programaçao normal (?)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bon cap de semana a tothom!

Em homenagem aos meus efúlvios sexta-feirianos, regado à whisky e Miles Davis, compartilho uma bonitezinha com vocês...
vi na Andréa del Fuego...!



segunda-feira, 8 de junho de 2009

Eu como mãe de mim mesma

Tem horas que eu preciso ser meio Alice no País das Maravilhas e dar uns bons conselhos pra mim mesma. Achei esse uma ótima liçao daquele livro, tao cheio de coisas e chesire cats, e chapeleiros. E o fato é que eu ando mó boa nisso.
Funciona meio como auto-terapia, eu tenho um caderno cheio de auto-conselhos, que eu mando de parar de me culpar por coisas que nao sao minha culpa e fazer coisas mais produtivas ao invés de ficar choramingando inutilmente.É meio que um eterno conflito da criança-interior-psicótica contra a racionalidade-disciplina.
E no fim, fico meio sendo mae de mim mesma pra assuntos práticos também, pq a minha mae tá longe e tem uns conselhos que eu já tenho idade para me dar sozinha e segui-los, de preferencia, para o bem da maturidade e da bem-vivencia beatrística.

Essa semana passada, por exemplo eu estava muito condescendente com a minha criança interior. chocolate, roupa nova, cosméticos.

Cheguei em casa da lojinha-de-cosméticos da perdição, com um batom novo lindo da burjois. Contei os batons e me dei conta de que eu tinha OITO batons. E tinha uns tons que nem variavam tanto assim. De maneiras olhei bem pra minha cara no espelho, levantei o dedinho e disse bem séria:
- Beatriz, você está pro-i-bi-da de comprar cosméticos nos próximos 3 meses, entendeu bem? PRO-I-BI-DA.

... mas acho que amanhã eu quero um esmalte vermelho...!

Outra tirania é que to com um livro do Roberto Bolaño, Los detectives Salvajes ali na cabeceira da cama pra ler e ele é muuito bom, de grudar ja nas primeiras páginas, mas só me deixo pegar ele bem depois que acabar de escrever a tesina, de castigo...

Eu como mãe de mim mesma sou assim, bem brava!

sábado, 30 de maio de 2009

Comida é pasto?

Eu ia tuitar isso, mas ai, minha indignaçao é tao grande que tinha que rolar uma coisa maiorzinha.

Eu nao sou nenhuma aspirante a chef nem tenho um oh, super paladar apurado nem nada. Mas a verdade é que eu gosto de comida boa. Desde um bom jamón serrano até um feijaozinho de vó, passando pelas mais diversas coisas, tipo salada de rúcula, massa barilla e peixe na brasa. E quando eu como uma coisa boa, ela conquista meu coraçao eternamente. 

E quando eu viajo, o meu "coisas novas, lugares e pessoas" definitivamente tem q incluir as opçoes gastronomicas locais. Quer coisa mais interiorizante que "comer" um país? Conhecer uma gastronomia étnica é definitivamente uma das formas mais carnais de se apropriar da realidade que voce visita, do entorno.

Só que as senhoras cidades turisticas com belezas históricas/naturais/arquitetonicas resolvem zoar o barraco nessa parte. Porque, como o turista nao necessariamente vai voltar, eles meio que nao cuidam tanto da gastronomia. Entao, se alguem te fala que "tal restaurante é pra turista", tem mais é que sair correndo o mais depressa e o mais longe possível. É um pouco o q acontece com Barcelona, especialmente com os lugares baratos. E me deixa muito tensa.

Comer é as experiencia mais sinestésica possível e por tão cotidiana a gente nem liga em toda a riqueza das sensaçoes e sentidos. As vezes voce até ouve a comida, quando ela vem fritandinha na sua mesa ou coisa parecida. E por todo esse monte de sensaçoes,  das texturas derretendo na boca, os cheiros todos, o relaxamentinho de sentar e "agora eu vou comer", eu acho uma total indignidade vender comida ruim, malfeita. 

O fato é que eu sinto uma saudade desgraciada de Sao paulo nessas horas. Voce inventa de ir comer um bolinho x, um sanduíche y que vem com os melhores yptos, queijos, rúcula, blah bal, ou entao uma coxinhazinha com recheiozinho que fazem la no botequinhozinho. Guloseimas paulistanas sao toda uma atraçao turistica em si, na minha opiniao. Voce cruza a cidade pra comer tal coisa em tal lugar. É ótimo! 

Caralhos, nao é porque é barato que a comida tem q ser ruim. Nao custa nada fazer uma coisa barata e digna. Caramba, tanta comida de boteco, que porque é feita assim, e tem uma pimentinha assim, q é uma delicia, por que, voce, senhor dono de restaurante ou coisa parecida vai me vender um troço ruim? Se voce só faz bem quibes, porque fazer uma coxinha ruim, só pra eu desistir total de comer no seu bar e estragar o meu dia eternamente????

Soubesse disso, tinha ficado em casa com uma grande bacia de pipocas. Estouradas na panela. Com azeite de oliva, como dios manda. humpf.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Infâmia

aí que os bons tradutores no dia de hoje tem ótimas páginas com fóruns super esclarecedores tipo o WordReference, né.

Aí que as boas páginas dos dias de hoje têm anúncios, porque afinal, é o que as permite viver and let live seus sensatos usuários sedentos de conhecimentos.

Aí que os anúncios das boas páginas dos dias de hoje tem umas figurinhas bisonhas que só elas, tipo isso aqui:

Meeeeeu

Não, senhor vesgo com cara de idiota, não quero um dinner com você, nem ferrando.

E muito menos ficar olhando pra essa sua cara mané-baboso-vesgo-deborah-secco enquanto procuro o significado de palavras relevantes ao meu trabalho, tipo como se diz em espanhol rebimboca da parafuseta. Por favor, vá importunar outras pessoascom seu balãozinho azul lá no fundo da horta, vai.

Blah Blah Blah, aleatoriedades...

De maneiras que eu tracei uma rotina bem rígida e disciplinada os úlimos dias, com horários e tudo pra dar tempo de fazer a tese direitinho. Eu tava até me divertindo procurando os piolhos e adjetivos dos malditos blogs pra analisar, me envolvendo emocionalmente com cada um dos posts enquanto durava a análise, canetas coloridas e demás. Duas semanas, ritmo duro, dando só umas paradinhas estratégicas pra ver os Simpsons, House e, claro, interagir com meu companheiro de piso... Que aconteceu? Eu can-sei, antes de acabar a tese, pouco antes de acabar o prazo curto que eu mesma me dei pra mandar os escritos pro meu amigo orientador, que deve estar pensando que eu morri, pq faz uns meses q eu nao dou sinal de vida. Explico: morro de vergonha da minha não fazencia das coisas e nao ia entrar em contato pra soltar tipos...
- e ae, orientador, tudo beleza?
- todo bien, e aí, cadê suas análises?
- ah, entao, o cachorro comeu meu pc mes passado e eu ainda nao acabei de recuperar tudo
ou
-ah, eu estou trabalhando duro nelas, mas eu morro de preguiça e odeio escrever essas coisas porque, sei la, eu tenho o maior medo do mundo de tirar zero na prova e de rirem de mim só por que eu abro a boca. Eu to muito tentando superar isso, mas até o presente momento nao rolou e o texto só vai mesmo enquanto eu escrevo essas besteiras ou faço algum tipo de drama idiota/engraçado.

Ele ia responder o que?
algo do tipo - poxa, parabéns. Acho q na verdade, ao invés de mestrado, vc tinha q ter investido numa terapia.

bangs with the head in the table. Six times.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em tempos de pandemia...

Gripe suína em espanhol= gripe porcina =

- MINAAAAAAA, cadê meu cebion, criatuuura!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Blooog searchinnng

Entao, entao

Eu perdi minha base de dado pra análise da tese, né, lembra, os blogs sobre Barcelona e toda aquela punhetagem q eu fiquei MESES fazendo no anima-reanima do computador-paciente-do house.

"Ni qui" eu to faz dois dias esperneando pra achar essas porqueiras de novo. Dessa vez eu sou uma pessoa gênia que imprime cada página do blog pra botar nos anexos (nunca deixe pra depois o q vc deve fazer exatamente agora). Um saco de se fazer de novo, se vc quer saber. Aí q hoje nao deu. Nao deu nao deu nao deu. Eu perdi um aniversário de uma amiga, gente, eu sou o arroz da festa, eu nao posso perder festa nunca, menos das amigas queridas e essa nem tinha a desculpa de estar a 10 milhoes de quilometros de distancia com um oceano no meio. Buhuhuhu coitada de mim. Ai eu decidi q eu merecia uma breja. Uma moritz, q é a breja barcelonina levinha e deliciosa desde 1853. depois o novio chegou e eu mereci um limoncello de sobremesa, q por sinal acabou e eu preciso ir pra Roma comprar outra botella ou a Tati vir me visitar de novo e trazer mais limoncello, q limoncello é licor de limao e é a glóoooria da sobremesa. E eu mereço um whiskão também, né. Afinal, além de tuuudo, nao iam passar o House e eu ia ter q continuar trabalhando sem desculpas nem perdão. Foda.

No meio de tantas bebidas espirituosas (hoho, trocadilhando em ingles, spirit drinks), vou compartilhar com vcs algumas das minhas impressoes nas achanças dos blog pra minha pobre, empoeirada e despedaçada tese:

- blogger bonito, que tipo de pessoa é você que nao coloca um motor de busca no seu proprio blog de viagens, mané. Você é um M-A-N-É!
- Isso, genio, viaja meio mundo e coloca de tag na europa "europe" ao invés de por cidade. Será q vc quer um prêmio por isso?
-Hm, oooi amiiigo! oolha vc escreveeeu sobre barcelona e vai colocar fotas da sagrada famiiiilia, que liindo, muito fofo! É só o q eu preciso pra minha tese. Vc nao tá empolgado de aparecer na minha trese? eu estou. [imprime antes do pau, guarda no pendrive]
- sério q aconteceu tuudo isso na sua viagem? olha, vou te contar, ja li umas 5 historias parecidas, hohoho! E seriao, eu to com muita pressa pra ler atentamente seu brog. barcelona+viagem+adverbios valorativos, that´s all I need.
- valeeeeu technorati, colabore muito com a minha pesquisa [ironia]. Claro, tudo o que eu queria saber é das pessoas comentando sobre o empate do Barça com o Chelsea. Eu sei, eu moro perto do Camp Nou, eu ouvi as pessoas gritando menos q de costume.

and so it is... Eu nao mereciiiia passar por isso de novo buhuhuhuhu!

(e toca cartola: alegriiiiiiiiaaaa era o que faltava em mim....)

domingo, 26 de abril de 2009

Computador (se/me) mata

Sexta era a felicidade. Lendo coisinhas, artiguinhos para a tese. Avancinho razoável na última semana. Antes de sair pra festa, pegou o endereçco da amiga no gmail. Apagón. Party all the night.

O despertar ressaquento, escavação quase cachorristica na geladeira em busca de comida fácil. Ligar pc. Ele fez Piiiiii, igual no HOUSE, quando as pessoas tem parada cardíaca. Gelei. O senhor informático-moço, fazendo aquelas reanimações, tudo in vain e afinal, arranjar comida fácil era uma necessidade mais urgente. Compramos CDs, mais aparelhos de ressucitaçao. O coração na mão, como se fosse um parente/amigo em coma.

-isso tudo por um pc?
-sim, o pc, minhas memórias, e o pior, um mes de tese que nao foi salvo em nenhum outro lugar. Eu sei, eu tb me amo.

Domingo de manhã, novo prontuario. Piora profundissima. Que nem os pacientes do HOUSE. O pc nao acabou vomitando sangue nem tendo convulsoes, simplesmente apagou para sempre, e de vez em quando soltava algum piiiiii esperaçoso., mas nada, nada....

Eu era a propria paciente desesperada, que nem as maes com criança, as ricas, q aparecem, querendo processar o médico e cacarejam na sala de espera, em total negação das circunstancias. E o medo e a vegonha de contar pro orientador e pras pessoas a historia mais desculpa esfarrapada de todos os mestrandos do universo. Eu quero defenestrar o pc. Ou jogá-lo no chao e saltar macaqueanicamente de ódio em cima dele, até desmigalhar todos os pedacinhos.

No fim, o margoso está de volta, com sequelas: amnésia completa. A caixinha de recuerdos virou cinzas mesmo. e eu ainda tenho que olhar aquela tela-padrão, como se fosse um sorrisinho imbecil e indecente. E pra completar, queimou a lentilha.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Intensitè

“Então quando você chega perto demais, eu estremeço. Chego a perder o senso de direção e ao invés de me confundir entre direita e esquerda, me confundo entre ir e vir. Mas não é só isso. Com você, porque conhece o ponto exato, sabe o toque preferido, o momento certo, eu não me perco, me acho. Você age e meu corpo reage na proporção mais intensa que conheço, desafiando a terceira lei da física. Desligo do mundo, esqueço da vida, só conecto em você, ouvir meus gemidos, teus sons. Não lembro que música toca, mas conheço cada compasso da minha inspiração e da sua expiração. Escuto plenamente o silêncio e cada parte do meu corpo que pulsa. Já lhe mostrei a pulsação do meu corpo? Eu poderia dizer que sinto e escuto o sangue preenchendo cada espaço. Abandonei a conta de quantas vezes meu corpo relaxou de prazer. Estremeço e relaxo na fração de um toque certo. No banho, quando a água quente cai, eu nem sinto, meu corpo deve ferver mais do que ela. Você me faz sentir purificada e santificada quando me beija. Depois, deitada em seu peito, no fim das minhas forças, fecho os olhos para dormir. “Você está com um sorriso bobo”, diz uma voz dentro de mim.”


By Raquel. Porque minhas amigas também escrevem coisas fantásticas e tão intensas como elas próprias
. Em intensidades absolutamente ressonantes. Mil saudades, flor!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Suave es la noche

...E pouco a pouco, líquido. Sangue empapando o travesseiro e os longos cabelos negros. No escuro do quarto, luminescências urbanas na parede, céu rosa-metálico, de chuva e poluição paulistana.
A seus pés, a cidade bomba, soco no estômago, aos pésdo quarto pequeno, imundo e com cheiro de mofo e os rastros de pó, do outro que se fora, satisfeito, arma negra fumegante, enorme de silenciador. Se esvaía em minutos e centilitros. A única pena que lhe dava era não poder ver o contraste bonito do vermelho-vivo na fronha branca, recém alvejada. Só sentia o cabelo se empapando aos poucos, a sensação morna de respiração diminuindo. Não podia ver as cores. Não deu tempo de acender a luz.

10/06/2007

sábado, 18 de abril de 2009

back to the Motorcycle Diaries


A TV espanhola é meio esquizofrênica e bregona, mas passa muitos filmes bons, especialmente o canal 2, que é tipo uma tv cultura nacional. Ontem, além de V de Vingança dublado em catalão, passou Diarios de Motocicleta. Resolvi rever esse, V é respeitável demais pra assistir dublado, ainda mais em catalão (o final é positivinho-revolucionáriodemais - Allan Moore, eu entendo sua birra com os adaptadores de quadrinhos pra filmes. Todos eles.)

Eu era completamente apaixonada por esse filme nos idos de 2004, e surtanicamente queria organizar um mochilão libertário pela América do Sul e encontrar meu verdadeiro "eu" e a minha missão na vida. No fim, eu nunca fui nem pra Macchu Picchu (ainda), apesar das milhares de combinações. Revendo o filme, algumas considerações cinematográficas e vidísticas a respeito do mesmo:

- depois do Benicio del Toro de Che, o che do Gael parece nanico e bobo. E é muito engraçado ver que o cara que faz o Granado fica se encolhendo o tempo todo pro Gael parecer mais alto.

- Em 2004, aos 19, eu via o filme e alucinava com as paisagens, com o espírito de aventura dos moços, com a coragem de largar tudo e falar com as pessoas enquanto eles rodavam aquelas estradinhas capengas do sul. Ontem eu pensava que viajar de moto devia ser desconfortável pra caramba, que eles deviam ficar com as costas fodidas, que o vento, que o frio, que onde ja se viu, acampar e pegar carona (isso de pegar carona me irrita, um pouco, porque mulher nao pode pegar carona inocente, dados os códigos caminhoneiristicos do mundo...). Depois dessa, cheguei à conclusão de estar ficando velha... mas não menos aventureira, só por preferir um carro ou um avião amigo ao invés de uma moto. Só um pouco de aquecimento e agua potável não é pedir muito...

- O filme é esteticamente lindo, especialmente porque passa nos anos 50. E os anos 5o tinham uma estética linda. E nao existia quase infra-estrutura turística, então a idealizaçao de aventura é muito maior. Hoje você pode ser o maior bundão do mundo que compra sua viagem pra macchu picchu, alojamento e refeiçoes do aconchego da sua cadeira reclinável. E nem por isso é menos aventura. (eu acho, pelo menos). Tudo depende da disposiçao de sentir que você coloca. Claro que hoje, os indios peruanos do filme devem estar no mínimo de saco cheio de falar com turista impressionado. Que eles pelo menos comprem souvenirs fofos.

- O che do Gael é meio mala, especialmente na parte que o médico de Lima pede pra ele contar o que achou do livro que ele escreveu. Ele diz que o livro é tosco, mas de um jeito muito brusco. Nao custava nada ser um pouco delicado e agradável pra emitir a opinião, ja que eles ficaram hospedados na casa do cara. Eu disse delicado, nao mentiroso. E ser delicado não é difícil, mesmo para um futuro revolucionário. Usar a educaçao que mamae deu, ora essa! O Salles (diretor) dá umas pegadas social/sentimentalóides as vezes que desvia um pouco da verossimilhança, pesa a mão na metáfora, tipo essa cena do romance do protetor de lima. O Granado (Granado é o nome de um ótimo polvilho para pés) fica parecendo um falso, idiota só porque quer agradar o cara, ser político. O bonzão é o che, que fala a verdade, apesar de ser super mal educado com uma pessoa que ajudou-os (eu ainda nao me conformei com a cena).

Conclusão: eu ainda gosto do filme. É um road movie, o equivalente contemporâneo do bildungsroman, e bildungsromans são sempre uma leitura excitante: ver os amadurecimentos e progressos dos personagens condensados em um livro ou nas duas horas do filme! É um filme fofo, com uma puta fotografia, uma trilha sonora que me lembra a de Dead Man (super recomendável, com o Johnny Deep), do Jarmusch com trilha do Nick Cave. Mas já não empolga mais tanto... seré un vaso vacío?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

It´s a long way...

Todo feriado pede leiturinhas de feriado. E ainda bem que fui preparada, porque fez um tempo bem dos corninhos em Madri, na páscoa e eu, empolgada que estava com os dias mais-de-vinte-graus prévios deixei Casacão em seu merecido repouso de armário.

Aí que umas das propostas de ano-novo é "improve my english skills", comprei um livrinho bonitinho do Nick Hornby, chamado A long way down. Eu nunca tinha lido nada do hornby, só sabia da existencia dele por conta das livrarias e de um link em um blog que eu acompanhava, nada más.

Pois bem, ai foi, peguei a estrada e o livro é totalmente grudante. Resuminho básico: é noite de ano novo e um ex-apresentador de tv que teve a carreira afundad por escândalos tablóideanos decide pular de cima de um prédio famoso por ser ponto de suicídio. Lá ele acaba conhecendo outras 3 pessoas que estão lá pelo mesmo motivo: pular de cima do prédio e acabar com suas vidas miseráveis e vazias: uma mulher de meia-idade, católica que tem um filho em estado vegetativo desde que nasceu, uma adolescente-problema de 18 anos e um músico americano frustrado porque sua banda desmanchou. Eles acabam descendo do prédio e aí a história vai se desenrolando (nao vou contar o livro aqui).

Os personagens nao tem quase nada em comum, além do incidente da noite de ano novo, mas fazem uma espécie de pacto e, também por conta de vários incidentes continuam vivendo e vendo-se, com todos os conflitos que isso acarreta. Apesar do apresentador ser meio que a figura principal do livro (afinal ele é famoso e ególatra a mais não poder), a história é contada continuamente por cada um dos personagens, com seu ponto de vista. O livro tem linguagem bastante fluida e com bem poucas complicações vocabulares, milhares de referências pop-atualidades e, em geral é bastante divertido, apesar do tema cabulosinho de suicídio, de vidas fodidas, etc.

O mais engraçado é que não traz nenhuma mensagem de o bem-vence-o-mal, nem a vida-sempre-vale-pela-vida-em-si e o-suicídio-é-horrivel-coisa-de-covardes. Não tem nada de motivacional, e por isso mesmo acaba sendo. (Senão, seria um power point barato com flores e imagens de bebês, com kenny g em midi ao fundo, e isso sim dá votade de pular do prédio).

Enfim, é um livro bacaninha, fácil de ler pros advanced readers (deve ter traduçao publicada por aí, dê uma procurada) e você ainda sai sorrindo (e nao rindo), com aquela pitadinha básica de humor inglês

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Divagaçoes gastronomicas aparentes

Hoje vou comer num restaurante de estrelas michelin. Comemoraçoes aleatórias sem data especial. Eu desconfio muito daquela estrela michelin num restaurante quase suburbano nao fosse perto do estádio do barça.

Assim como sempre desconfiei do bar chiquetoso na esquina de casa. Afinal, é Barcelona, mas é subúrbio, cheio de imigrantes e cibercafés de indianos e lojinhas de funcionamento eterno. Sempre desconfiei que era algum tipo de casa de rendez-vous, na linguagem anos 50, que combinaria com os garçons de óculos e smoking branco do local. Um dia, achamos por bem entrar no local, de pura curiosidade e teimosia. Era um bar bacanoso e nao era um puteiro. Um gin-tonic custava 9 euros, preço de zona.

Nao sou publicitaria, mas um dia hei-de entender o mistério dessas localizaçoes bizarras e o publico alvo dessa gente.

Como diria Dona Milu, Mishtéeeerio...!

quinta-feira, 19 de março de 2009

30 horas.

12h: 43m (GMT +3)

Até Rio Preto, tensao pescoçal, até guarulhos. Almofadinha de pescoço foi qualidade de vida. Sanduíche com preço de zona, check-in sem fila grazadeus. Vizinhas de banco faladeiras e comida bem ruim. Em stand by pra sentir o menos possível, pressurizada, pasteurizada. O não-funcionamento das telinhas de mini-cinema eram uma sincera indecência. Que brilhos de tela, além dos mini holofotes e Clarice (Lispector) hão de proteger-me desta insônia absurda de mais de 20 horas de viagem?

8h:00m (GMT +1)
Estou hace dos horas no aeroporto de Roma. Adoro vir à Itália, porque sempre há bizarrias modisticas divertidas. Os italianos parecem saídos de algum ensaio da Vogue dos anos 70 e nunca mais pararam de usar tanta maquiagem. Pensei em procurar um sorvete, que os sorvetes italianos sao minha perdiçao eterna, mas desisti, porque aqui certamente até o sorvete deve ter gosto de aeroporto.

11h:27m (GMT +1)

A mala demoooora. Sao quase 30 horas bagacentas. Mas tudo compensa. Vim lendo Clarice. E ele foi me receber com um sorriso e rosas vermelhas.

segunda-feira, 16 de março de 2009

teoria da saudade

A sensação de saudades aumenta em grau exponencial de acordo com a proximidade do dia em que se vai matá-las.

Exatamente como aquelas vontades irreprimiveis e desesperantes de fazer xixi, quando vc acaba de fechar a porta do banheiro e mal dá tempo de desabotoar as calças...!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Red hands

Foi entao que aquelas maozinhas que costumavam fazer cosquinhas no estômago, a quem confundem com borboletas, se rebelaram.
Ela respirou fundo e expirou profundamente, assoprando pra longe o pensamento de quase estrangulamento. Aguentou, sentindo o ar, afrouxando. Sufocada por mãos tenazes e aparentemente inofensivas.
Os peritos do IML nao souberam o que pensar quando a encontraram sem garganta, nem estômago nem rosas naquela tarde de domingo ensolarada e apoplética.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

histeric-tomia

neste exato momento eu arrancaria meu útero com minhas próprias máos e o jogaria violentamente de encontro à parede mais próxima, o que espatifaria sangue em variadas direçoes enquanto ele... cai... pela parede...! (plof)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

ai caralho...

eu me sinto cada vez mais bosta com esse lance de ficar longe de todos.

As pessoas de lá vai sumindo, as de cá sao ótimas, mas poucas. Me da raiva nao ir aos eventos familiares e as compensaçoes dessa banda aqui nao tem sido tantas. Pra ficar sem grana, pelo menos q seja entre pessoas queridas. Muitas pessoas.

Angustia, nervos, tpm, vontade de matar orientador com sindromes de poder ridiculas. Eu quero sentar an mesa da cozinha e tomar café com a minha mae, almoçar com o pai, encher o saco do meu irmao e de noite, sair em sampa com as minhas amorzas. Dia seguinte, cafuné do lindo. TUDO NUM RAIO DE MENOS DE MIL QUILOMETROS, POR FAVOR???

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

vai uma balinha?

Eu tenho na bolsa uma latinha de balas, brinde de uns microfones da Philips. É um aparelho/programa de reconhecimento de voz, se chama Speech Magic. Mas eu adoro pegar a latinha "Speech Magic". Eu sempre tenho uma fagulhazinha de esperança que as balinhas teriam um poder mágico facilitador de discursos. E cada vez que se apresentasse uma situaçao engasgativa, pimba! Speech Magic faz a alegria da galera... !

Aproveito o sabor de menta e a sensação de refrescância, enquanto real poder Speech Magic nao chega.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

e 2009 entrou...

E inconscientemente eu me recuso a voltar das férias. trabalhado só de corpo presente.

Minha nao-integrabilidade tem me irritado, mas nao dá pra forçar mesmo...

Alguem aí quer me dar um empurrao? Um pedala serve...