quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em tempos de pandemia...

Gripe suína em espanhol= gripe porcina =

- MINAAAAAAA, cadê meu cebion, criatuuura!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Blooog searchinnng

Entao, entao

Eu perdi minha base de dado pra análise da tese, né, lembra, os blogs sobre Barcelona e toda aquela punhetagem q eu fiquei MESES fazendo no anima-reanima do computador-paciente-do house.

"Ni qui" eu to faz dois dias esperneando pra achar essas porqueiras de novo. Dessa vez eu sou uma pessoa gênia que imprime cada página do blog pra botar nos anexos (nunca deixe pra depois o q vc deve fazer exatamente agora). Um saco de se fazer de novo, se vc quer saber. Aí q hoje nao deu. Nao deu nao deu nao deu. Eu perdi um aniversário de uma amiga, gente, eu sou o arroz da festa, eu nao posso perder festa nunca, menos das amigas queridas e essa nem tinha a desculpa de estar a 10 milhoes de quilometros de distancia com um oceano no meio. Buhuhuhu coitada de mim. Ai eu decidi q eu merecia uma breja. Uma moritz, q é a breja barcelonina levinha e deliciosa desde 1853. depois o novio chegou e eu mereci um limoncello de sobremesa, q por sinal acabou e eu preciso ir pra Roma comprar outra botella ou a Tati vir me visitar de novo e trazer mais limoncello, q limoncello é licor de limao e é a glóoooria da sobremesa. E eu mereço um whiskão também, né. Afinal, além de tuuudo, nao iam passar o House e eu ia ter q continuar trabalhando sem desculpas nem perdão. Foda.

No meio de tantas bebidas espirituosas (hoho, trocadilhando em ingles, spirit drinks), vou compartilhar com vcs algumas das minhas impressoes nas achanças dos blog pra minha pobre, empoeirada e despedaçada tese:

- blogger bonito, que tipo de pessoa é você que nao coloca um motor de busca no seu proprio blog de viagens, mané. Você é um M-A-N-É!
- Isso, genio, viaja meio mundo e coloca de tag na europa "europe" ao invés de por cidade. Será q vc quer um prêmio por isso?
-Hm, oooi amiiigo! oolha vc escreveeeu sobre barcelona e vai colocar fotas da sagrada famiiiilia, que liindo, muito fofo! É só o q eu preciso pra minha tese. Vc nao tá empolgado de aparecer na minha trese? eu estou. [imprime antes do pau, guarda no pendrive]
- sério q aconteceu tuudo isso na sua viagem? olha, vou te contar, ja li umas 5 historias parecidas, hohoho! E seriao, eu to com muita pressa pra ler atentamente seu brog. barcelona+viagem+adverbios valorativos, that´s all I need.
- valeeeeu technorati, colabore muito com a minha pesquisa [ironia]. Claro, tudo o que eu queria saber é das pessoas comentando sobre o empate do Barça com o Chelsea. Eu sei, eu moro perto do Camp Nou, eu ouvi as pessoas gritando menos q de costume.

and so it is... Eu nao mereciiiia passar por isso de novo buhuhuhuhu!

(e toca cartola: alegriiiiiiiiaaaa era o que faltava em mim....)

domingo, 26 de abril de 2009

Computador (se/me) mata

Sexta era a felicidade. Lendo coisinhas, artiguinhos para a tese. Avancinho razoável na última semana. Antes de sair pra festa, pegou o endereçco da amiga no gmail. Apagón. Party all the night.

O despertar ressaquento, escavação quase cachorristica na geladeira em busca de comida fácil. Ligar pc. Ele fez Piiiiii, igual no HOUSE, quando as pessoas tem parada cardíaca. Gelei. O senhor informático-moço, fazendo aquelas reanimações, tudo in vain e afinal, arranjar comida fácil era uma necessidade mais urgente. Compramos CDs, mais aparelhos de ressucitaçao. O coração na mão, como se fosse um parente/amigo em coma.

-isso tudo por um pc?
-sim, o pc, minhas memórias, e o pior, um mes de tese que nao foi salvo em nenhum outro lugar. Eu sei, eu tb me amo.

Domingo de manhã, novo prontuario. Piora profundissima. Que nem os pacientes do HOUSE. O pc nao acabou vomitando sangue nem tendo convulsoes, simplesmente apagou para sempre, e de vez em quando soltava algum piiiiii esperaçoso., mas nada, nada....

Eu era a propria paciente desesperada, que nem as maes com criança, as ricas, q aparecem, querendo processar o médico e cacarejam na sala de espera, em total negação das circunstancias. E o medo e a vegonha de contar pro orientador e pras pessoas a historia mais desculpa esfarrapada de todos os mestrandos do universo. Eu quero defenestrar o pc. Ou jogá-lo no chao e saltar macaqueanicamente de ódio em cima dele, até desmigalhar todos os pedacinhos.

No fim, o margoso está de volta, com sequelas: amnésia completa. A caixinha de recuerdos virou cinzas mesmo. e eu ainda tenho que olhar aquela tela-padrão, como se fosse um sorrisinho imbecil e indecente. E pra completar, queimou a lentilha.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Intensitè

“Então quando você chega perto demais, eu estremeço. Chego a perder o senso de direção e ao invés de me confundir entre direita e esquerda, me confundo entre ir e vir. Mas não é só isso. Com você, porque conhece o ponto exato, sabe o toque preferido, o momento certo, eu não me perco, me acho. Você age e meu corpo reage na proporção mais intensa que conheço, desafiando a terceira lei da física. Desligo do mundo, esqueço da vida, só conecto em você, ouvir meus gemidos, teus sons. Não lembro que música toca, mas conheço cada compasso da minha inspiração e da sua expiração. Escuto plenamente o silêncio e cada parte do meu corpo que pulsa. Já lhe mostrei a pulsação do meu corpo? Eu poderia dizer que sinto e escuto o sangue preenchendo cada espaço. Abandonei a conta de quantas vezes meu corpo relaxou de prazer. Estremeço e relaxo na fração de um toque certo. No banho, quando a água quente cai, eu nem sinto, meu corpo deve ferver mais do que ela. Você me faz sentir purificada e santificada quando me beija. Depois, deitada em seu peito, no fim das minhas forças, fecho os olhos para dormir. “Você está com um sorriso bobo”, diz uma voz dentro de mim.”


By Raquel. Porque minhas amigas também escrevem coisas fantásticas e tão intensas como elas próprias
. Em intensidades absolutamente ressonantes. Mil saudades, flor!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Suave es la noche

...E pouco a pouco, líquido. Sangue empapando o travesseiro e os longos cabelos negros. No escuro do quarto, luminescências urbanas na parede, céu rosa-metálico, de chuva e poluição paulistana.
A seus pés, a cidade bomba, soco no estômago, aos pésdo quarto pequeno, imundo e com cheiro de mofo e os rastros de pó, do outro que se fora, satisfeito, arma negra fumegante, enorme de silenciador. Se esvaía em minutos e centilitros. A única pena que lhe dava era não poder ver o contraste bonito do vermelho-vivo na fronha branca, recém alvejada. Só sentia o cabelo se empapando aos poucos, a sensação morna de respiração diminuindo. Não podia ver as cores. Não deu tempo de acender a luz.

10/06/2007

sábado, 18 de abril de 2009

back to the Motorcycle Diaries


A TV espanhola é meio esquizofrênica e bregona, mas passa muitos filmes bons, especialmente o canal 2, que é tipo uma tv cultura nacional. Ontem, além de V de Vingança dublado em catalão, passou Diarios de Motocicleta. Resolvi rever esse, V é respeitável demais pra assistir dublado, ainda mais em catalão (o final é positivinho-revolucionáriodemais - Allan Moore, eu entendo sua birra com os adaptadores de quadrinhos pra filmes. Todos eles.)

Eu era completamente apaixonada por esse filme nos idos de 2004, e surtanicamente queria organizar um mochilão libertário pela América do Sul e encontrar meu verdadeiro "eu" e a minha missão na vida. No fim, eu nunca fui nem pra Macchu Picchu (ainda), apesar das milhares de combinações. Revendo o filme, algumas considerações cinematográficas e vidísticas a respeito do mesmo:

- depois do Benicio del Toro de Che, o che do Gael parece nanico e bobo. E é muito engraçado ver que o cara que faz o Granado fica se encolhendo o tempo todo pro Gael parecer mais alto.

- Em 2004, aos 19, eu via o filme e alucinava com as paisagens, com o espírito de aventura dos moços, com a coragem de largar tudo e falar com as pessoas enquanto eles rodavam aquelas estradinhas capengas do sul. Ontem eu pensava que viajar de moto devia ser desconfortável pra caramba, que eles deviam ficar com as costas fodidas, que o vento, que o frio, que onde ja se viu, acampar e pegar carona (isso de pegar carona me irrita, um pouco, porque mulher nao pode pegar carona inocente, dados os códigos caminhoneiristicos do mundo...). Depois dessa, cheguei à conclusão de estar ficando velha... mas não menos aventureira, só por preferir um carro ou um avião amigo ao invés de uma moto. Só um pouco de aquecimento e agua potável não é pedir muito...

- O filme é esteticamente lindo, especialmente porque passa nos anos 50. E os anos 5o tinham uma estética linda. E nao existia quase infra-estrutura turística, então a idealizaçao de aventura é muito maior. Hoje você pode ser o maior bundão do mundo que compra sua viagem pra macchu picchu, alojamento e refeiçoes do aconchego da sua cadeira reclinável. E nem por isso é menos aventura. (eu acho, pelo menos). Tudo depende da disposiçao de sentir que você coloca. Claro que hoje, os indios peruanos do filme devem estar no mínimo de saco cheio de falar com turista impressionado. Que eles pelo menos comprem souvenirs fofos.

- O che do Gael é meio mala, especialmente na parte que o médico de Lima pede pra ele contar o que achou do livro que ele escreveu. Ele diz que o livro é tosco, mas de um jeito muito brusco. Nao custava nada ser um pouco delicado e agradável pra emitir a opinião, ja que eles ficaram hospedados na casa do cara. Eu disse delicado, nao mentiroso. E ser delicado não é difícil, mesmo para um futuro revolucionário. Usar a educaçao que mamae deu, ora essa! O Salles (diretor) dá umas pegadas social/sentimentalóides as vezes que desvia um pouco da verossimilhança, pesa a mão na metáfora, tipo essa cena do romance do protetor de lima. O Granado (Granado é o nome de um ótimo polvilho para pés) fica parecendo um falso, idiota só porque quer agradar o cara, ser político. O bonzão é o che, que fala a verdade, apesar de ser super mal educado com uma pessoa que ajudou-os (eu ainda nao me conformei com a cena).

Conclusão: eu ainda gosto do filme. É um road movie, o equivalente contemporâneo do bildungsroman, e bildungsromans são sempre uma leitura excitante: ver os amadurecimentos e progressos dos personagens condensados em um livro ou nas duas horas do filme! É um filme fofo, com uma puta fotografia, uma trilha sonora que me lembra a de Dead Man (super recomendável, com o Johnny Deep), do Jarmusch com trilha do Nick Cave. Mas já não empolga mais tanto... seré un vaso vacío?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

It´s a long way...

Todo feriado pede leiturinhas de feriado. E ainda bem que fui preparada, porque fez um tempo bem dos corninhos em Madri, na páscoa e eu, empolgada que estava com os dias mais-de-vinte-graus prévios deixei Casacão em seu merecido repouso de armário.

Aí que umas das propostas de ano-novo é "improve my english skills", comprei um livrinho bonitinho do Nick Hornby, chamado A long way down. Eu nunca tinha lido nada do hornby, só sabia da existencia dele por conta das livrarias e de um link em um blog que eu acompanhava, nada más.

Pois bem, ai foi, peguei a estrada e o livro é totalmente grudante. Resuminho básico: é noite de ano novo e um ex-apresentador de tv que teve a carreira afundad por escândalos tablóideanos decide pular de cima de um prédio famoso por ser ponto de suicídio. Lá ele acaba conhecendo outras 3 pessoas que estão lá pelo mesmo motivo: pular de cima do prédio e acabar com suas vidas miseráveis e vazias: uma mulher de meia-idade, católica que tem um filho em estado vegetativo desde que nasceu, uma adolescente-problema de 18 anos e um músico americano frustrado porque sua banda desmanchou. Eles acabam descendo do prédio e aí a história vai se desenrolando (nao vou contar o livro aqui).

Os personagens nao tem quase nada em comum, além do incidente da noite de ano novo, mas fazem uma espécie de pacto e, também por conta de vários incidentes continuam vivendo e vendo-se, com todos os conflitos que isso acarreta. Apesar do apresentador ser meio que a figura principal do livro (afinal ele é famoso e ególatra a mais não poder), a história é contada continuamente por cada um dos personagens, com seu ponto de vista. O livro tem linguagem bastante fluida e com bem poucas complicações vocabulares, milhares de referências pop-atualidades e, em geral é bastante divertido, apesar do tema cabulosinho de suicídio, de vidas fodidas, etc.

O mais engraçado é que não traz nenhuma mensagem de o bem-vence-o-mal, nem a vida-sempre-vale-pela-vida-em-si e o-suicídio-é-horrivel-coisa-de-covardes. Não tem nada de motivacional, e por isso mesmo acaba sendo. (Senão, seria um power point barato com flores e imagens de bebês, com kenny g em midi ao fundo, e isso sim dá votade de pular do prédio).

Enfim, é um livro bacaninha, fácil de ler pros advanced readers (deve ter traduçao publicada por aí, dê uma procurada) e você ainda sai sorrindo (e nao rindo), com aquela pitadinha básica de humor inglês

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Divagaçoes gastronomicas aparentes

Hoje vou comer num restaurante de estrelas michelin. Comemoraçoes aleatórias sem data especial. Eu desconfio muito daquela estrela michelin num restaurante quase suburbano nao fosse perto do estádio do barça.

Assim como sempre desconfiei do bar chiquetoso na esquina de casa. Afinal, é Barcelona, mas é subúrbio, cheio de imigrantes e cibercafés de indianos e lojinhas de funcionamento eterno. Sempre desconfiei que era algum tipo de casa de rendez-vous, na linguagem anos 50, que combinaria com os garçons de óculos e smoking branco do local. Um dia, achamos por bem entrar no local, de pura curiosidade e teimosia. Era um bar bacanoso e nao era um puteiro. Um gin-tonic custava 9 euros, preço de zona.

Nao sou publicitaria, mas um dia hei-de entender o mistério dessas localizaçoes bizarras e o publico alvo dessa gente.

Como diria Dona Milu, Mishtéeeerio...!