...E pouco a pouco, líquido. Sangue empapando o travesseiro e os longos cabelos negros. No escuro do quarto, luminescências urbanas na parede, céu rosa-metálico, de chuva e poluição paulistana.
A seus pés, a cidade bomba, soco no estômago, aos pésdo quarto pequeno, imundo e com cheiro de mofo e os rastros de pó, do outro que se fora, satisfeito, arma negra fumegante, enorme de silenciador. Se esvaía em minutos e centilitros. A única pena que lhe dava era não poder ver o contraste bonito do vermelho-vivo na fronha branca, recém alvejada. Só sentia o cabelo se empapando aos poucos, a sensação morna de respiração diminuindo. Não podia ver as cores. Não deu tempo de acender a luz.
10/06/2007
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