domingo, 26 de abril de 2009

Computador (se/me) mata

Sexta era a felicidade. Lendo coisinhas, artiguinhos para a tese. Avancinho razoável na última semana. Antes de sair pra festa, pegou o endereçco da amiga no gmail. Apagón. Party all the night.

O despertar ressaquento, escavação quase cachorristica na geladeira em busca de comida fácil. Ligar pc. Ele fez Piiiiii, igual no HOUSE, quando as pessoas tem parada cardíaca. Gelei. O senhor informático-moço, fazendo aquelas reanimações, tudo in vain e afinal, arranjar comida fácil era uma necessidade mais urgente. Compramos CDs, mais aparelhos de ressucitaçao. O coração na mão, como se fosse um parente/amigo em coma.

-isso tudo por um pc?
-sim, o pc, minhas memórias, e o pior, um mes de tese que nao foi salvo em nenhum outro lugar. Eu sei, eu tb me amo.

Domingo de manhã, novo prontuario. Piora profundissima. Que nem os pacientes do HOUSE. O pc nao acabou vomitando sangue nem tendo convulsoes, simplesmente apagou para sempre, e de vez em quando soltava algum piiiiii esperaçoso., mas nada, nada....

Eu era a propria paciente desesperada, que nem as maes com criança, as ricas, q aparecem, querendo processar o médico e cacarejam na sala de espera, em total negação das circunstancias. E o medo e a vegonha de contar pro orientador e pras pessoas a historia mais desculpa esfarrapada de todos os mestrandos do universo. Eu quero defenestrar o pc. Ou jogá-lo no chao e saltar macaqueanicamente de ódio em cima dele, até desmigalhar todos os pedacinhos.

No fim, o margoso está de volta, com sequelas: amnésia completa. A caixinha de recuerdos virou cinzas mesmo. e eu ainda tenho que olhar aquela tela-padrão, como se fosse um sorrisinho imbecil e indecente. E pra completar, queimou a lentilha.

2 comentários:

Samantha M disse...

Ahhh ahaha Bea, vc me mata de rir (sorry, as desgraças têm seu grau de humor) Ao fim, tudo se arranja

Mariana Marchesi disse...

Bia, seus textos estão um primor. Muito mesmo. E me matam de rir e me desopilam pacarai. Tnks!