O despertar ressaquento, escavação quase cachorristica na geladeira em busca de comida fácil. Ligar pc. Ele fez Piiiiii, igual no HOUSE, quando as pessoas tem parada cardíaca. Gelei. O senhor informático-moço, fazendo aquelas reanimações, tudo in vain e afinal, arranjar comida fácil era uma necessidade mais urgente. Compramos CDs, mais aparelhos de ressucitaçao. O coração na mão, como se fosse um parente/amigo em coma.
-isso tudo por um pc?
-sim, o pc, minhas memórias, e o pior, um mes de tese que nao foi salvo em nenhum outro lugar. Eu sei, eu tb me amo.
Domingo de manhã, novo prontuario. Piora profundissima. Que nem os pacientes do HOUSE. O pc nao acabou vomitando sangue nem tendo convulsoes, simplesmente apagou para sempre, e de vez em quando soltava algum piiiiii esperaçoso., mas nada, nada....
Eu era a propria paciente desesperada, que nem as maes com criança, as ricas, q aparecem, querendo processar o médico e cacarejam na sala de espera, em total negação das circunstancias. E o medo e a vegonha de contar pro orientador e pras pessoas a historia mais desculpa esfarrapada de todos os mestrandos do universo. Eu quero defenestrar o pc. Ou jogá-lo no chao e saltar macaqueanicamente de ódio em cima dele, até desmigalhar todos os pedacinhos.
No fim, o margoso está de volta, com sequelas: amnésia completa. A caixinha de recuerdos virou cinzas mesmo. e eu ainda tenho que olhar aquela tela-padrão, como se fosse um sorrisinho imbecil e indecente. E pra completar, queimou a lentilha.
2 comentários:
Ahhh ahaha Bea, vc me mata de rir (sorry, as desgraças têm seu grau de humor) Ao fim, tudo se arranja
Bia, seus textos estão um primor. Muito mesmo. E me matam de rir e me desopilam pacarai. Tnks!
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